A CDU está a construir <br>o presente e a preparar <br>o futuro do Barreiro

ELEIÇÕES A CDU apre­sentou no dia 10 os seus pri­meiros can­di­datos à Câ­mara e As­sem­bleia Mu­ni­cipal do Bar­reiro, res­pec­ti­va­mente, Sofia Mar­tins e Carlos Hum­berto.

Cons­truir um con­celho que é um es­paço de todos

Não podia ter maior sig­ni­fi­cado o local es­co­lhido para a apre­sen­tação dos can­di­datos: os Es­ta­leiros da Em­presa de Ma­nu­tenção de Equi­pa­mento Fer­ro­viário, S.A (EMEF). Na­quele pe­daço de his­tória que não se apaga da me­mória dos bar­rei­renses es­ti­veram largas cen­tenas de pes­soas dando o seu apoio à can­di­da­tura da CDU. O mo­mento contou com a par­ti­ci­pação de Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP.

De­pois da ac­tu­ação da can­tora Maria Anadon, acom­pa­nhada à viola por Rui Gal­veias, in­ter­veio Carlos Hum­berto, ac­tual pre­si­dente da au­tar­quia e can­di­dato à pre­si­dência da As­sem­bleia Mu­ni­cipal (AM). Num am­bi­ente car­re­gado de sim­bo­lismo – com au­to­mo­toras e car­ru­a­gens re­cons­truídas e ou­tras que a CP está a des­truir para su­cata, apa­gando a me­mória co­lec­tiva – o ca­beça de lista à AM co­meçou por lem­brar que o es­paço onde se en­con­travam «marca há mais de um sé­culo a vida do con­celho».

«Aqui se fez re­vo­lução tec­no­ló­gica, ino­vação, for­mação, se aprendeu pro­fis­sões, formas de tra­ba­lhar. Aqui se criou e cria ri­queza, de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico. Aqui se aprendeu como é im­por­tante, fun­da­mental, o tra­balho, o con­tri­buto de cada um para cons­truir o todo», des­tacou, re­cor­dando que ali se aprendeu também «a ser so­li­dário com os com­pa­nheiros de tra­balho, se aprendeu a con­quistar di­reitos, a lutar por os al­cançar e por os de­fender» e «como é im­por­tante o tra­balho e a acção or­ga­ni­zada para fazer “o mundo avançar como bola co­lo­rida nas mãos de uma cri­ança”».

Porque o Polo Fer­ro­viário do Bar­reiro marcou «muitas ge­ra­ções» e «de­se­jamos que nos con­tinue a marcar», Carlos Hum­berto de­fendeu que o edi­fício «se man­tenha no Bar­reiro», porque «que­remos em­prego e pro­dução fer­ro­viária, tec­no­logia fer­ro­viária, mas também me­mória, pa­tri­mónio e cul­tura fer­ro­viária».

Neste sen­tido, apelou ao Con­selho de Ad­mi­nis­tração da CP e da EMEF, assim como ao Go­verno, a que tenha em conta as pro­postas já apre­sen­tadas. «Aqui, no Bar­reiro, se cons­truíram as má­quinas a vapor. Aqui fomos e somos a ca­pital do di­esel. Aqui que­remos dar o nosso con­tri­buto para o com­boio eléc­trico, que­remos cons­truir o fu­turo fer­ro­viário», anun­ciou.

Outra das exi­gên­cias – par­ti­lhada por as­so­ci­a­ções lo­cais e na­ci­o­nais – é que se cons­titua no Bar­reiro um nú­cleo do museu fer­ro­viário, de forma a que se possa «guardar e re­velar o per­curso do sin­di­cato dos fer­ro­viá­rios, do Ins­ti­tuto Fer­ro­viário, da co­o­pe­ra­tiva, da can­tina, do bairro fer­ro­viário, mas também das lutas dos tra­ba­lha­dores fer­ro­viá­rios».

Com­pro­misso

Se­guiu-se a in­ter­venção de Sofia Mar­tins. Co­meçou por agra­decer «a todos» e a «cada um dos que, com maior e menor pro­xi­mi­dade» teve «a honra de tra­ba­lhar em prol desta ci­dade nos úl­timos anos», re­al­çando o papel de Carlos Hum­berto, o seu «per­curso», a sua «vida de de­di­cação a este pro­jecto, que abra­çámos juntos».

De olhos postos no fu­turo, a can­di­data à Câ­mara Mu­ni­cipal as­sumiu «com­pro­missos, muito claros, con­cretos, de­fi­nidos e sus­ten­tados sobre obras, pro­jectos e ideias», que «virão de muitos dos que hoje aqui estão», porque «nesta vi­agem es­tamos mesmo juntos» e «todos os con­tri­butos contam» e «são va­li­osos». «Na CDU é assim», re­forçou, fri­sando que a Co­li­gação PCP-PEV «de­fende e con­so­lida o Poder Local De­mo­crá­tico», sem «aven­tu­rei­rismos» e «con­ceitos abs­tractos, li­gados à re­a­li­dade e às as­pi­ra­ções das po­vo­a­ções».

«Com ideias claras, agindo no con­creto, su­pe­ramos obs­tá­culos, pro­mo­vemos a par­ti­ci­pação e lu­tamos, sempre, pelos va­lores da de­mo­cracia», acres­centou a ac­tual vice-pre­si­dente, lem­brando que as «ac­ções» e «li­nhas es­tra­té­gicas» con­ti­nu­arão a passar pela «im­por­tância do pólo fer­ro­viário», da «ter­ceira tra­vessia do Tejo», dos «rios», do ter­minal mul­ti­modal no Bar­reiro», mas também pela «co­esão ter­ri­to­rial», «re­forço do papel do ser­viço pú­blico», «di­fusão do co­nhe­ci­mento e da tec­no­logia», «cri­ação de em­prego» e de «ri­queza».

Sofia Mar­tins pro­meteu «con­ti­nuar a cons­truir um con­celho que é um es­paço de todos com um pa­tri­mónio hu­mano, ma­te­rial e ter­ri­to­rial único e in­com­pa­rável», que «alia me­mória e visão de fu­turo».

Je­ró­nimo de Sousa apela ao voto na CDU

Sobre os can­di­datos apre­sen­tados, Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nhou que aqueles rostos, de ge­ra­ções di­fe­rentes, «per­so­ni­ficam os va­lores con­tidos na con­signa da CDU: tra­balho, ho­nes­ti­dade e con­fi­ança». «Bar­reiro é terra de par­ti­ci­pação, com um papel des­ta­cado na his­tória do nosso País. Foi assim, de forma he­róica, na re­sis­tência ao fas­cismo, foi assim a cons­truir a pulso as con­quistas de Abril, tendo sido assim na luta contra a po­lí­tica de di­reita», va­lo­rizou, lem­brando que ainda re­cen­te­mente o povo do Bar­reiro e dos con­ce­lhos vi­zi­nhos «saiu à rua em de­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, numa ma­ni­fes­tação que de­mons­trou o em­penho em de­fender os ser­viços pú­blicos e o pro­gresso so­cial».

Des­ta­cado foi também o «va­lioso tra­balho» re­a­li­zado no con­celho do Bar­reiro, pa­tente, por exemplo, na obra de re­qua­li­fi­cação ur­bana e va­lo­ri­zação da zona ri­bei­rinha e na ac­ti­vi­dade sócio-cul­tural, que se traduz numa co­la­bo­ração muito es­treita com o mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo e no apoio aos seus pro­jectos e ini­ci­a­tivas.

Igual­mente im­por­tante foi o que se con­se­guiu na área dos trans­portes co­lec­tivos. «Passam em 2017 os 60 anos de exis­tência dos Trans­portes Co­lec­tivos do Bar­reiro. Trans­portes mu­ni­ci­pais, re­co­nhe­cidos que são pela sua ele­vada qua­li­dade, que o mu­ni­cípio do Bar­reiro as­sume numa área que com­pe­tiria ao Es­tado as­se­gurar», sa­li­entou o Se­cre­tário-geral do PCP, re­fe­rindo que o Bar­reiro «é iden­ti­fi­cado como sendo o con­celho do País onde o nível de uso do trans­porte pú­blico é mais ele­vado e com ín­dices de uti­li­zação únicos na sua re­lação com o trans­porte pri­vado».

«Uma oferta de qua­li­dade que não está des­li­gada de uma gestão que se guia por cri­té­rios su­bor­di­nados à in­te­gral e ex­clu­siva de­fesa do in­te­resse pú­blico e aos pa­drões de qua­li­dade de ser­viço pú­blico que a CDU pro­ta­go­niza na de­fesa do di­reito à mo­bi­li­dade das po­pu­la­ções», re­forçou.

Cri­té­rios idên­ticos são uti­li­zados na de­fesa da água pú­blica, uma outra área de in­ter­venção onde o Bar­reiro tem ra­zões para sa­tis­fação pela co­ber­tura atin­gida e pelas boas prá­ticas de gestão mu­ni­cipal dos sis­temas e redes de água e sa­ne­a­mento.

Dar mais força à CDU

Para Je­ró­nimo de Sousa, «as pró­ximas elei­ções au­tár­quicas cons­ti­tuem uma ba­talha po­lí­tica de grande im­por­tância pelo que re­pre­sentam no plano local, mas também pelo que podem con­tri­buir para dar força à luta que tra­vamos nesta nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal para me­lhor de­fender os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País».

«Nestes úl­timos tempos os por­tu­gueses pu­deram ve­ri­ficar quão im­por­tante é ter esta força con­se­quente que se con­grega na CDU e de que fazem parte o PCP, o Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV), a As­so­ci­ação In­ter­venção De­mo­crá­tica (ID) e mi­lhares de in­de­pen­dentes, para fazer avançar a po­lí­tica de re­cu­pe­ração, re­po­sição e con­quista de di­reitos, re­ti­rados aos tra­ba­lha­dores e ao povo nos úl­timos anos», des­tacou, su­bli­nhando a im­por­tância de «ter uma CDU mais forte e al­terar a cor­re­lação de forças po­lí­ticas na so­ci­e­dade por­tu­guesa para que se avance de­ci­si­va­mente na so­lução dos pro­blemas na­ci­o­nais», aos quais «é pre­ciso dar res­posta com uma po­lí­tica ver­da­dei­ra­mente al­ter­na­tiva – a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda».




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